10.5.08

embora - pro - passado

eu não tenho mais o tamanho que eu tinha.
eu não como mais maçã como nos desenhos animados. dando aquela voltinha.
não começo a comer o biscoito pelo recheio. (é que agora eu acho tão bonzinho o gosto do biscoito e do recheio juntos...)

a casa da minha avó não tem mais o tamanho que tinha.
as coisas não estão no mesmo lugar.
é engraçado como a cada mudança eu me lembro extamente de como era Antes.
era um palácio. um quarteirão inteiro.
o melhor lugar do mundo pra correr e se esconder.

- esconde! esconde! lá vem ela!!! (som de chinelas arrastando...)
- na janela! na janela!
- Mininu! o que é que vocês estão fazendo dentro do guarda-roupas??!!?

ela não briga mais como brigava Antes.

não tenho mais aqueles pesadelos com vampiros, cobras e fantasmas, das histórias de minha tia. também, a rede do meu avô não poderia mais ser meu refúgio desses sonhos...
o tempo pra dormir também mudou.
(só na casa da minha vó ainda durmo como Antes...)

quando volto à Parnaíba...
minha casa não tem mais o tamanho que Eu tinha.
ela encolheu. não fui eu quem cresceu! não fui!
o marco da mudança está no banheiro.
Antes, eu, de braços abertos, alançava, no máximo, as paredes imaginárias do box.
agora, abarco o todo o lugar. de um lado a outro, os dedos tocam as paredes.
me sinto naquelas armadilhas de filmes inspirados em Indiana Jones.

entrar em casas abandonadas não tem a mesma graça.
o escuro, não tem a mesma cor de Antes.
os desenhos tem mais graça quando lembram a primeira vez que ri deles.




mas, ainda tenho
a memória disso tudo.

(quem vê jura que eu me conformo com isso!! kkk)

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