4.8.08

Gravar um CD, o registro de um sonho

Que músico nunca sonhou em ter suas músicas gravadas em um cd? Esta, geralmente, é a primeira batalha que uma banda, ou um músico sozinho, tem que travar no mercado fonográfico. Mas a pós-modernidade, com seus adventos tecnológicos estão deixando esta luta um tanto quanto “desleal”. Sair com o trabalho em baixo do braço, vendendo de porta em porta ainda é o jeito mais comum que esses artistas acham de divulgar sua música.

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O músico piauiense George Rendrix, faz show regularmente em bares e restaurantes de Teresina, o famoso “cantor da noite”, diz que ao invés de portas encontra mesas pela frente. “Para vender nós fazemos mais um trabalho interpessoal, saímos de bar em bar, de mesa em mesa e, às vezes, fala com um vendedor ambulante para vender para a gente”, diz o músico que ainda não tem um cd gravado, mas divulga demos (demonstração) das músicas que interpreta na noite.

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Mas, como bom músico que é, está prevendo o lançamento do primeiro trabalho, para daqui um mês, ou dois. Ousado, ele diz que vai lançar dois CDs ao mesmo tempo, um com músicas nacionais e outro de músicas internacionais. Pois, acredita que gravar o CD além de levar música diretamente ao público, ajuda a vender o show para produtores e donos de casas noturnas. “E eu também estou pretendendo divulgar o trabalho pelo Nordeste, então isso já ajuda”, afirma Rendrix.

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Mas, “É muito difícil, há mais de 10 anos que eu estou na batalha e só agora vou conseguir lançar”, constata George, que ainda não trabalha com canções próprias, nem entrou no mundo da divulgação via Internet. “Tem as capas, a gravação, as cópias, a produção e para conseguir tudo isso nós precisamos de apoio. Eu não peço dinheiro, prefiro pedir apoio a uma gráfica para conseguir as capas, por exemplo”, conta o músico sobre todo os trabalho envolvido para conseguir gravar um CD. E antes mesmo de lançar o primeiro, George Rendrix já pensa no segundo trabalho, com música autorias. Porque “o sonho não pode morrer”, completa o cantor.

. foto: Dalyne Barbosa
Mesmo para quem já lançou um CD, a vida não se torna mais “fácil”. Com quatro anos de estrada, entre União e Teresina, os meninos da Validuaté lançaram o primeiro CD em janeiro deste ano. Quaresma, o vocalista da banda, diz que eles também andaram com o “sonho” debaixo do braço, negociando com lojas para vender o disco. “Nós também vendemos no show, que é uma forma de estar sempre lembrando que já tem um resultado do nosso trabalho ali”, ressalta José Quaresma.

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“O que muda depois que gravamos um CD é a referência que as pessoas têm do seu trabalho, que antes era só com o show”, diz Quaresma, que completa dizendo que o CD acaba fazendo o trabalho inverso, servindo de referência para as pessoas comparecerem ao show, que é de onde realmente sai o que eles ganham. O trabalho duro para levar a banda faz Quaresma assegurar: “é o sonho debaixo do braço, mas com os olhos abertos e os pés no chão”.

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FUTURO DO CD “Nós já gravamos o CD sabendo que ele não é mais a grande preocupação de se sustentar dos músicos. Pois já está fadado a virar só um registro, pois para ganhar dinheiro é com shows”, analisa o músico. Nessa discussão entra também a forma de divulgação mais ampla de hoje, a internet. Quaresma conta que três dias depois do lançamento do “Pelos Pátios Partidos em Festa”, ele já estava disponível na integra na internet.

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“Não tem como controlar. Mas enquanto as pessoas estiverem copiando só pra elas, para os amigos está bom, fazer cópias para vender é que é crime, mas gratuitamente, é até uma divulgação”, encara bem humorado a realidade, o vocalista da Validuaté. “Não dá para ter uma noção o que vai ser o CD daqui para frente”, reflete o cantor.

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Para ajudar na produção de CDs, hoje em dia, vários músicos estão recorrendo a editais, e a Lei A. Tito Filho é uma saída recorrente procurada por eles para “facilitar” o processo. A Fundação Cultural Monsenhor Chaves, que faz as inscrições para quem quer concorrer a este edital, diz que todos os anos no último dia de inscrição há uma fila enorme só de músicos. A inscrição destes artistas, querendo gravar CD, é 3 vezes maior que inscritos de outras áreas.

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A NOVIDADE é que por conta do patrocínio desta Lei e do selo Bumba Records, lançado ontem, 3, a banda Validuaté está entrando em estúdio para gravar o segundo CD, nas próximas semanas. O “Alegria Girar” está cheio de novidades e participações especiais, mas, por enquanto, Quaresma prefere guardar segredo, só revela que um “ator global” tem participação garantida, recitando uma das poesias do grupo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não deixa de ser um sonho.
Tornando a vida mais fácil ou não.

Boa Postagem moça.

Beijos.

Vanessa Mendonça disse...

simbora atualizar, minha fia?