6.9.08

Sem intenção...

ela rasgava toda a correspondência. eu queria que ela se acostumesse a
ficar amarrada. ela pulava em mim qndo eu chegava. qndo ela estivesse
maior eu nõa ia aguentar ela pulando em cima de mim... e ela não iria
querer ficar amarrada.
a coleira nem cabia direito nela. ficava folgada. tive que fazer outro
buraquinho pra encurtar, mas ainda assim...se ela tentasse dava pra
escapa...
amarrei ela na janela dos fundos e pensei. qndo que voltar ao meio dia
ainda não vai estar no sol e eu a coloco do outro lado da casa.
mas eu errei a janela. não conheço a pratica do sol ao redor da minha
própria casa. irresponsabilidade você pode pensar. mas você conhece?
demorei mais do que previa. nunca tinha chegado tão tarde em ksa. eram
duas horas da tarde qndo cheguei para resgatála da tortura que eu
mesmo impus.

Teresina. Sol. 12h. 13h. 14h. Sol. Teresina.

ela não se levantava mais. não sei nem como conseguiu se deitar. o
chão era uma frigideira em fogo alto. peguei-a nos braços. coloquei na
sombra. ela vomitou. fui pegar água, mas já não bebia. o leite que ela
tanto gostava e pedia aos pulos, não a levantou. molhei tudo ao
redor. tentei esfriá-la. ela levantou algumas vezes, mas cambaleava,
mal sustentava o pescoço. levantava de novo para mudar de posição.
pensei: ela vai melhorar. eu dava de pouco em pouco, água com a
mangueira, porque ela não ia à tijela beber sozinha.
tentei. consegui. tentei. ela já não abria mais a boca.
colocamos no carro. não deu tempo de chegar ao Hospital Veterináiro
Universitário.
ela foi pra autópsia.
causa mortis: cachorrada!
- pra não dizer burrice...
foi sem intenção. mas, os 2 quilos de ração no armário me lembram que
a culpa é minha.
- mais triste pq fui eu quem matou e porque foi do jeito que foi...

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