12.2.08

Um conto pra contar: praça da bandeira

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- Espere! Tome, minha filha! Porque você também merece a Salvação!
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Ela corre. Deve ter uns 60 anos. É fransina, me entrega o jornal. Me abraça como se tivesse acabado de me salvar e volta para a frente da Universal.
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- Olha o vale!
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- Compro vale! Compro Vale!
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- Coooompro e vendo vaale! Coooompro e vendo vaale!
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É incrivel como "cabe" gente naquele pedaço de praça: à espera de um ônibus, tentando passar, tentando vender.
Uma hora da tarde.
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- Picolé e cremosinho! Gelad-gelad-geelaado!
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Lembro do jornal. Realmente uma salvação, na capital das árvores de concreto que teimam em não se mecher.
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- Picolé e cremosinho! Gelad-gelad-geelaado!
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O cara do picolé diz que a superbonde do outro vendedor não cola é nada.
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- Pois passa nos beiço pra ver se tu ainda fala besteira!
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- Picolé e cremosinho! Gelad-gelad-geelaado!
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Atrás de mim um homem ri sem parar. Sozinho. Nem a falta daquilo que deixa o sorrizo bonito lhe tira a vontade de rir do nada. Ou seria de tudo?
Que graça tem a praça da Bandeira!
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Aaah! Lá vem o ônibus...
Não acredito que vai lotar!!!
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- Picolé e cremosinho! Gelad-gelad-geelaado! Gelad-gelad-geelaado!
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Um comentário:

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

esse foi massa!

Hugo