13.11.08

Interferência










Acho que é preciso ter disposição para colocar um projeto na gaveta. Aliás, os projetos nasceram para ser engavetados. Pelo menos o primeiro, o piloto, o que deu origem ao modelo final. Foi o que fizemos com o “Interferência”, programa 100% piauiense que estreou esta semana.

Normalmente temos uma idéia forçada, aquelas que saem sobre forte pressão. Rabiscamos um papel que chamamos de projeto e corremos para colocar tudo em prática do jeito que der. Na prática, nada se aproveita. Infelizmente desconsideramos uma idéia que surge de um bate-papo cercado de leveza. Preferimos a idéia que surge atrás de uma mesa de escritório.

Eu estava conversando em uma lanchonete com o Henrique Douglas lá pelo final de 2007 quando tivemos a idéia de um programa que tivesse matérias jornalísticas, música e cinema. Entre uma mordida no sanduíche Bauru e um gole na coca-cola, surgia uma nova idéia a ser incrementada. Fomos para casa com esse projeto, mas esse, claro, foi para a gaveta.

Na segunda conversa, mais idéias. Desta vez sentado na calçada em frente à casa número 520 e 521 da Rua Firmino Pires – sul. Mais uma vez, gaveta. Até que veio a idéia de trazer para junto de nós Airton Ramos (adoro trabalhar com ele!). Airton nos ajudou a fazer muitos outros novos projetos e jogar tudo dentro da gaveta para futura apreciação.

Colocar na gaveta significa ter disposição para adicionar coisas ao projeto inicial. Sem pressa! Quem sofre pressão é bancário, contador, mestre-de-obras, estivador, caminhoneiro, enfim, tudo que envolve força ou agilidade e pouca inspiração. Tenho a sensação que a comunicação se faz como uma composição musical ou uma pintura. Faz-se com tempo e zelo. Sem a mesquinha pretensão de se tornar um ídolo adolescente ou uma referência na construção de novo modelos de comunicação de massa.

O “Interferência” é, no meu entender, um programa pelo menos assistível. Como não sou afeito a auto-elogio, prefiro que os outros atribuam o adjetivo que quiserem, por mais horrendos que sejam. Eles também são úteis. Mas eu acredito nele porque a gente teve coragem e disposição para rasgar muito papel e nem pensar em desistir quando a gaveta tava abarrotada. Ele nasceu porque a gente esqueceu que jornalista novo no mercado não tem know-how para fazer um programa; que roqueiro cabeludo e tatuado não tem responsabilidade; e que um cara que preside um grupo de jornalistas cooperados e pai de família não tem tempo para fazer marmota na televisão. O cabeludo mostrou seu compromisso. O pai de família escolheu o programa para ser o seu momento de recreio. E eu? Bom, eu não tenho o know-how, mas o programa está aí. Não para ser sucesso, mas para apreciação de todos, através de uma emissora de TV que nasceu com o papel de ser laboratório.

Por isso, queria agradecer aos que se deram ao trabalho de nos assistir na noite de terça-feira! Espero que sejam companhia para muitas outras terças-feiras, às 19 horas, no canal 2. Espero que vocês se divirtam com a diversão mais trabalhosa que já tivemos em nossas vidas e que digam se valeu a pena agente gastar tanto papel e fazer tanto projeto. E lembre-se: nunca permita que a sua gaveta esteja vazia!

Abraços

Joelson Giordani

3 comentários:

Anônimo disse...

Pelo que percebi a coisa só pode ser boa. Como faço pra assitir?

dane_ly disse...

ooow ígor infelismente não tem como pq a tv só transmite pra Teresina... mas tudo que eles colocarem no youtube eu te mando o link, pode deixar! rs
Xêru!

Vanessa Mendonça disse...

estréia de joelsonzinho em danelybyme... tah aprovado!